O Arts Council anunciou com aquele entusiasmo próprio dos técnicos de recursos humanos a contratação de 150 "assessores" ("It is rather exciting and part of our message is: please apply. We want a diverse range of people who have knowledge about art forms.") para supervisionar o bom funcionamento das organizações culturais por si financiadas. A imagem de 150 comissários, garantes do cumprimento das obrigações (muito pouco artísticas, receio; irão garantir o respeito pela quota certa de asiáticos, caribenhos e yorubas, white-others, nas programações, nas equipas, nos programas educativos...) a circular pelo país é aterradora, mas isso dou de barato. Cada um que tire as ilações que entender. Em vidas passadas, cruzei-me com uma senhora chamada Teresa, muito educada e suave como só os cubanos conseguem ser, capitana do corpo de bailarinas em residência no Casino da Póvoa. Assegurava que tudo corria de forma bem sossegada já que ninguém queria indispor a entidade pagadora (e o regime claro; histórias maravilhosas que um dia contarei num bonito livro de capa dura).
É pena, no entanto, ver o famoso princípio do arm's lenght, que durante quase 50 anos regeu a relação entre o governo e a cultura, em Inglaterra, deteriorar-se. A avaliação destes 12 anos de políticas culturais do Partido Trabalhista está por fazer e a realidade esconde-se por detrás das avalanches de dinheiro que a Lotaria forneceu (uma conquista de John Major, nos anos pré-Blair), intensa propaganda e de uma retórica utilitarista. Enfim, conversa para mil e um posts, bem chatos, que nunca serão escritos.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
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